quarta-feira, 25 de abril de 2012

Opa, lá vem ela!


Abro meu vidro e te mando um beijo meu bem, que nem é mais meu, e nem me faz bem.

Estendo minha mão direita bem aberta e movimento como a Miss Mundo faria em um desfile, acredite ela acena e indica: você está no passado - Afinal, tudo que não é, já foi. O que não perdura, satura, cansa, gasta, não cresce e morre.

Não foi fácil encontrar o caminho de casa, parei em vários postos de gasolina para perguntar o caminho, tantas e tantas vezes me perdi, sempre na loucura de tentar me encontrar, e finalmente encontrei.

Inclusive não encontrei mais aquela menina que chorava pelos cantos, e que implorava para ser bonita diante dos seus olhos, encontrei uma mulher que sorri para o mundo e que é linda por existir, exatamente do jeito que é, mas que também acorda de mau humor as segundas feiras e manda os indesejáveis a “puta que pariu”, sem medo de ser ela, sem medo de ser toda dela.

Meu esmalte vermelho representa exatamente como eu sou, ou melhor, em quem você contribuiu para que eu fosse e me fez um bem enorme – Intensa.

Não digo intensa no sentido vulgar de ser, e muito menos sou do tipo de gente que faz apelos feministas. Digo intensa no que acredito e sem medo de ser feliz, esteja onde estiver essa felicidade, afinal, não há mais necessidades de muletas para caminhar, minhas pernas (não tão malhadas como daquelas que você olha pelo retrovisor carro com suas calças justíssimas) fazem muito bem seu papel, caminham em um trilho certo, na trilha exata.

De tanto questionar esqueci que as respostas estavam dentro de mim, camufladas talvez, mas sempre tão óbvias. Ser o que sou é viver, não se trata de um simples existir, muito menos sobreviver, é se doar a quem mais merece a minha atenção, é não precisar provar nada a ninguém.

Máscaras não cabem mais nesta história, tampouco os contos de fada dos quais insistimos viver. É hora de ser mais, é tempo de ser eu, e quanto a você, seja o que quiser - Mas seja! Não hesite!

Apenas não esqueça que sorrir demais não é sinônimo de felicidade, chorar demais não é sinônimo de fraqueza, mas cerveja todo dia engorda e mulher feia é como frango à passarinho, por mais que você adore, quando come em público fica com vergonha de se sujar.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Tem alguém ai?


E mesmo que te olhasse bem no fundo dos olhos, não poderia te enxergar.

Será que havia deixado de viver?

Parecia filme, que agora era mais ficção do que romance no melhor estilo “Drew Barrymore”. Garanto, inclusive,  que não era DVD nem Blu Ray, era uma daquelas fitas onde gravávamos várias coisas por cima e por cima até não saber de fato o conteúdo original.

Acreditava-se que fosse outro alguém, e de fato era.

Era alguém que não tinha brilho, não tinha sorriso, não tinha beleza, não tinha carinho, não tinha calma, não tinha descanso. Alguém que escolheu existir, já que viver custa tempo demais, orgulho demais autoafirmação demais, emoção demais, realidade demais. Tudo demais, intenso, real.

Daquelas pessoas que não cantam no carro para não parecerem bobas aos olhos dos alheios, ou que deixam de demonstrar algum tipo de sentimento para se provar suficiente, correto e decidido, mesmo diante de tanta falta, confusão e indecisão.

A cabeça que foi feita para pensar deu lugar ao coração que resolveu ser rebelde.

Rebelde porque nem por um minuto deixou que sua razão se manifestasse da forma que você teria desejado e planejado durante tanto tempo, por um instante você brilhou em meio à multidão, ou melhor, talvez sua razão tenha se rendido – caso preferir chame isso de vida, imprevisível mas que costuma nos trazer surpresas boas, quando estamos sem um “script” de macho ideal para seguir.

Contudo, não se preocupe talvez ninguém tenha percebido.

Pois já que quem te conhece pelo avesso não consegue mais te enxergar em alta definição pela falta de brilho, iluminação, cor e contraste, imagine aqueles no máximo colocam “zoom” em Tekpix vagabunda.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Cheio de que?


E logo a gente, que tinha todos os planos ajustados, com datas e decoração, não teve a perspicácia de saber: às vezes, o amor foi feito pra acabar.

Deveríamos aprender desde pequenos que assim como as plantinhas e as formiguinhas tinham seu ciclo de vida, o amor também nasce, floresce e morre – e incrivelmente não morre ao mesmo tempo em que o do outro. Tamanha bobagem essa.

É mais que certo, o amor deveria vir com manual.

O manual deveria descrever todos os efeitos colaterais desse calor e tempestade, avisando em letras garrafais: APÓS O PRIMEIRO SORRISO SINCERO, E CAPACIDADE DE COMUNICAÇÃO APENAS COM O OLHAR, CAUSA DEPENDÊNCIA. Não aquela dependência como a de drogas, mas sim a de perfume, de carinho, de piscadinhas sarcásticas, piadinhas sem graça, de ligações inesperadas e daquele sorriso... Aquele sorriso.

Pode parecer banal, mas às vezes me pego sorrindo, como se a qualquer instante você fosse me enganar, dizendo que não viria me ver, porque eu estava com dor de garganta e poderia te passar, ou que não estava com vontade de assistir pela milésima vez “Amor pra Recordar”, porque eu fico muito feia quando choro. Mas o que gostava mesmo era de ouvir meus gritinhos histéricos pedindo por atenção, dizendo ser a pessoa mais infeliz do mundo quando você não estava, só para entrar no meu quarto dando um grito bem alto e ter uma ótima desculpa pra dormir no meu travesseiro, já que seu peito era meu.

Era meu por “n” motivos que qualquer menininha dessas que você anda encontrando cheias de “vazio” nunca vai descobrir, porque quem sabe exatamente onde fica seu coração para cochilar ao som das suas batidas, era ela, aquela cheia de “tudo”, que você julgou ser vazia e agora seu amor não bate mais na porta.

Dos planos mais lindos, as noites mais malucas. Malucas porque não fazem o menor sentido para quem queria apenas mais um filminho de “água com açúcar” depois do “Altas Horas”, só para pedir um pouquinho mais da sua presença, já que as últimas 14 horas não teriam sido suficientes pra te encher, lotar, e infelizmente te saturar de amor.

Saturar.

Palavrinha mágica essa que indica o fim do ciclo da vida desse “bichinho” que se alimenta de si mesmo, que faz a gente esperar sempre mais cinco minutinhos antes de começar a se arrumar para encontrar o vazio da noite, que sempre está cheio de gente, que é exatamente onde você não está.

E resta a dúvida, será que de tanto vazio que a vida acabou por nos impor, você finalmente se sentiu cheio?