segunda-feira, 16 de abril de 2012

Tem alguém ai?


E mesmo que te olhasse bem no fundo dos olhos, não poderia te enxergar.

Será que havia deixado de viver?

Parecia filme, que agora era mais ficção do que romance no melhor estilo “Drew Barrymore”. Garanto, inclusive,  que não era DVD nem Blu Ray, era uma daquelas fitas onde gravávamos várias coisas por cima e por cima até não saber de fato o conteúdo original.

Acreditava-se que fosse outro alguém, e de fato era.

Era alguém que não tinha brilho, não tinha sorriso, não tinha beleza, não tinha carinho, não tinha calma, não tinha descanso. Alguém que escolheu existir, já que viver custa tempo demais, orgulho demais autoafirmação demais, emoção demais, realidade demais. Tudo demais, intenso, real.

Daquelas pessoas que não cantam no carro para não parecerem bobas aos olhos dos alheios, ou que deixam de demonstrar algum tipo de sentimento para se provar suficiente, correto e decidido, mesmo diante de tanta falta, confusão e indecisão.

A cabeça que foi feita para pensar deu lugar ao coração que resolveu ser rebelde.

Rebelde porque nem por um minuto deixou que sua razão se manifestasse da forma que você teria desejado e planejado durante tanto tempo, por um instante você brilhou em meio à multidão, ou melhor, talvez sua razão tenha se rendido – caso preferir chame isso de vida, imprevisível mas que costuma nos trazer surpresas boas, quando estamos sem um “script” de macho ideal para seguir.

Contudo, não se preocupe talvez ninguém tenha percebido.

Pois já que quem te conhece pelo avesso não consegue mais te enxergar em alta definição pela falta de brilho, iluminação, cor e contraste, imagine aqueles no máximo colocam “zoom” em Tekpix vagabunda.

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