Tem sempre aquele tipo de pessoa que vive na panelinha de arroz,
remexendo, requentando, recalcando.
O sonho da minha mãe era aquela bendita panela de cozinhar
arroz que você liga na tomada e ela faz o resto, cozinha e não deixa queimar,
tudo para ninguém ficar cutucando o fundo da Tramontina dela de alumínio e
tirar o “inox”.
Contudo, conheço várias pessoas que não só raspam o “inox”
como comem e dizem que gostam.
Arroz com “inox”? EU QUE NÃO!
Se o arroz acabou, não adianta cutucar, tem que fazer mais.
Se o arroz acabou, não adianta cutucar, tem que fazer mais.
E o amor?
Se o amor acabou... Acabou!
Se o amor acabou... Acabou!
Digo por mim e por você, quem quer cutucar sempre vai ferir
apenas o fundo do próprio coração, que nem “inox” tem para protegê-lo.
Enquanto isso, o outro (que não está “nem ai” para a sua
panela e muito menos para o seu chororô) está ouvindo seus próprios desejos e
viajando para a praia com a mesma trilha sonora que curtia com você quando o
feriado chegava, e eu aposto que àquela a quem você chama de “vagabunda” nem cozinhar
sabe – mas para esse detalhe, só você dá atenção!
Esse amor “errado” (digo errado porque não é recíproco e
amar sozinho é ruim demais), logo vai embora, acredite, é só deixar passar,
deixar fluir, deixar rolar.
Isolar suas lembranças, camuflar na maior “cara de pau”, que
o maldito some! Porque quem não guarda em uma caixinha não sorri, e quem não
sorri não atrai o novo, o belo, o feio e muito menos o moreno com sorriso de cafajeste.
Se você acredita que ainda pode viver de misérias, continue
com seu arroz tradicional, digo mais, prefira o “integral” com aquele
maravilhoso gosto de alpiste, mas sempre “bem feitinho”, com tempero de “inox”
e o que mais vier na sua colherada.
Porque seja no resto de amor ou no resto de arroz, lá no
fundo, o que sobra sempre está queimado.
Gostei... gostei muito! Eu não quero que "meu arroz" tenha gosto de inox.
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