quinta-feira, 3 de maio de 2012

Pouco "inox", por favor!


Tem sempre aquele tipo de pessoa que vive na panelinha de arroz, remexendo, requentando, recalcando.

O sonho da minha mãe era aquela bendita panela de cozinhar arroz que você liga na tomada e ela faz o resto, cozinha e não deixa queimar, tudo para ninguém ficar cutucando o fundo da Tramontina dela de alumínio e tirar o “inox”.

Contudo, conheço várias pessoas que não só raspam o “inox” como comem e dizem que gostam.
Arroz com “inox”? EU QUE NÃO!
Se o arroz acabou, não adianta cutucar, tem que fazer mais.

E o amor?
Se o amor acabou...  Acabou!

Digo por mim e por você, quem quer cutucar sempre vai ferir apenas o fundo do próprio coração, que nem “inox” tem para protegê-lo.

Enquanto isso, o outro (que não está “nem ai” para a sua panela e muito menos para o seu chororô) está ouvindo seus próprios desejos e viajando para a praia com a mesma trilha sonora que curtia com você quando o feriado chegava, e eu aposto que àquela a quem você chama de “vagabunda” nem cozinhar sabe – mas para esse detalhe, só você dá atenção!

Esse amor “errado” (digo errado porque não é recíproco e amar sozinho é ruim demais), logo vai embora, acredite, é só deixar passar, deixar fluir, deixar rolar.
Isolar suas lembranças, camuflar na maior “cara de pau”, que o maldito some! Porque quem não guarda em uma caixinha não sorri, e quem não sorri não atrai o novo, o belo, o feio e muito menos o moreno com sorriso de cafajeste.

Se você acredita que ainda pode viver de misérias, continue com seu arroz tradicional, digo mais, prefira o “integral” com aquele maravilhoso gosto de alpiste, mas sempre “bem feitinho”, com tempero de “inox” e o que mais vier na sua colherada.

Porque seja no resto de amor ou no resto de arroz, lá no fundo, o que sobra sempre está queimado.

Um comentário:

  1. Gostei... gostei muito! Eu não quero que "meu arroz" tenha gosto de inox.

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